sábado, 26 de abril de 2008

Três questões sobre o comércio agrícola

Abaixo publico o link de um interessante artigo do Professor Roberto Rodrigues, da UNESP, sobre o comércio agrícola. Nele o autor apresenta três questões relacionadas ao tema, de modo a explicar a situação como se encontra hoje. A primeira está relacionada ao arrefecimento dos acalorados debates sobre os subsídios agrícolas e o acesso a mercados, dado que os produtos agrícolas estão em alta no mercado e, com isso, há maior dificuldade tanto para os produtores de países desenvolvidos exigirem subvenções e proteção tarifária (já que têm obtido boa renda com a venda de sua produção), quanto para os produtores de países em desenvolvimento (uma vez que também eles têm obtido um bom preço por seu produto). A segunda questão é que países pobres importadores de produtos agrícolas, alguns deles donatários de volumosa produção, contentam-se com a manutenção dos altos subsídios agrícolas dos países ricos, já que isso proporcionará a manutenção das gordas doações. O autor critica essa postura. Entende que tais países deveriam aproveitar o momento para adaptarem suas matrizes produtoras de modo a reduzir sua dependência dessa prática. A terceira questão - e essa é das mais interessantes e que já cheguei a mencionar em algumas de minhas turmas dessa disciplina - é a síndrome de Babel que caracteriza o tema da agricultura na OMC (realmente essa síndrome não é exclusiva desse tema, mas, sem dúvida, com ele apresenta-se de forma bastante precisa). Trata-se do fato de que as partes envolvidas nos debates defendem pontos de vista absolutamente legítimos. Os negociadores envolvidos estão imbuídos em suas realidades e, em face disso, pautam-se em valores totalmente diferentes. Nesse sentido, também é difícil de se obter um acordo agrícola graças à linguagem.
Para ler o artigo, clique aqui.
Abraços a todos!

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